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A cena costuma ser recorrente: ao vermos uma criança sentada em “W”, aquela posição em que os joelhos ficam para frente e os pés para trás, e nossa reação dedagógica da SD Ballet, Simone Duarte, conversa com o Doutor Frank Suzuki, especialista em medicina do esporte e biomecânica, para esclarecer o assunto.
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SD Ballet – Essa posição pode ser prejudicial para as crianças?
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Frank Suzuki – A perna em W requer mobilidade da articulação coxo-femural que é a articulação do quadril. É o encontro do osso, da cabeça do fêmur dentro da cavidade acetabular que se encontra na pélvis. Então, se a criança tem uma boa flexibilidade e ela permite essa rotação, não há problema algum.
Quando você coloca a perna em W, a coxa, o osso fêmur vai rodar com o conjunto da perna, a tíbia e a fíbula. Se essa flexibilidade e articulação permitem, não vai ser prejudicial, ou seja, a criança tem mobilidade para executar esse movimento.
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SD Ballet – A posição pode sobrecarregar o corpo?
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Frank Suzuki – Se a criança se sente confortável e não tem nenhuma sinalização de dor é porque a estrutura dela não está sendo sobrecarregada.
Eu não vejo problema nenhum numa criança que se sente confortável em se sentar em W e ao permitir que ela fique assim, não estarei agredindo nenhuma estrutura, principalmente a do joelho que é a maior preocupação.
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SD Ballet – E em relação aos pés, qual é a posição adequada?
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Frank Suzuki – Efetivamente não existe o correto, o certo e o errado, vai depender de cada criança. O importante é que a gente perceba que a rotação do fêmur lá dentro, no encontro da articulação do quadril, ela esteja de acordo com a perna.
Isso porque, se você tem a mobilidade dessa rotação você não vai gerar nenhuma sobrecarga, torque exacerbado no quadril, muito menos no joelho.
Agora a diferença é que quando você está em ponta você alonga os músculos da frente que ficam estirados. E os músculos da cadeia posterior estão encurtados. A partir do momento que você faz o flex, que nós chamamos de dorsiflexão, nós fazemos o processo inverso, alongando a parte posterior e encurtando a parte anterior.
E por consequência, nesse caso, tem um incômodo maior porque não tem tanta mobilidade e flexibilidade nessas estruturas e nesse caso seria mais confortável se sentar em ponta. Então vai depender muito de cada criança e ela, automaticamente, vai se sentar na posição que não causa dor, que seja confortável.
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SD Ballet – E incentivar ficar nessa posição é algo positivo?
Frank Suzuki – Não é interessante fazer isso porque não sabemos o quanto a criança tem de mobilidade e flexibilidade nas estruturas. Se ela já senta naturalmente é porque o corpo permite e quem não tem essa flexibilidade, pode ter certeza de que não vai se sentar assim porque não é confortável, vai procurar outra posição.
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Deseja saber mais sobre o assunto?
Clique aqui e ouça o podcast em que Simone Duarte e Frank Suzuki falam sobre mobilidade, alongamento e flexibilidade!