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Há um vídeo que viralizou nas redes sociais onde um senhor compara as evoluções do mundo com o sistema de ensino em diversos países.
Ele exemplifica com um carro fabricado em 1927, que possui características completamente distintas de um carro moderno. Mostra também um dos primeiros modelos de telefone e depois um smartphone, onde a essência (comunicação) continua a mesma, mas os processos foram melhorados.
Na área cultural as mudanças também foram drásticas.
A forma de produzir e difundir a música mudou completamente nos últimos tempos, inclusive a língua portuguesa passou por alterações que vão desde a forma de falar até a mudança na grafia de várias palavras, mais um exemplo onde a essência foi mantida, porém os processos evoluíram para melhor.
E já que falamos sobre escrita, vale lembrar da “Olivetti” que foi uma das maiores empresas do mundo, fabricava máquinas de escrever.
Olivetti e IBM eram grandes concorrentes. A IBM evoluiu (parou de fabricar máquinas de escrever e começou a fabricar computadores).
Compreendeu a necessidade de quem precisava escrever (manteve a essência, mas melhorou o processo).
E o resultado?
Este texto que você está lendo foi escrito em um computador fabricado pela IBM.
A Olivetti foi a falência há mais de 20 anos.
Em 1927 foi criada a escola de ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Escola Estadual de Dança Maria Olenewa) e por um longo período o investimento por parte do setor público foi considerável.
Atualmente os bailarinos desta instituição fazem campanha para arrecadação de alimentos por estarem há meses sem salário porque o investimento do governo está cada vez menor.
Estamos vendo uma instituição com muita tradição “agonizar“!!!
Nas escolas privadas o quadro também é muito preocupante no Brasil, mesmo entre as mais tradicionais. Algumas estão em estado precário e outras já chegaram à falência completa por falta de alunos.
Mudanças tão radicais na sociedade geram a necessidade de adaptação ou corremos o risco de ver nossa arte perecer se não houver evolução.
Pesquisando para a elaboração de meu próximo livro encontrei uma sapatilha de ponta fabricada pela Chicago Theatrical Shoe Company, em 1927, que possuía uma ponteira de metal!
Vale a comparação com as sapatilhas de ponta utilizadas hoje, projetadas com alta tecnologia. Todas estas mudanças foram motivo de muita polêmica, algumas ainda são.
Atualmente as pessoas passam por mudanças radicais em suas rotinas, as crianças assimilam o conhecimento de uma maneira diferente.
Têm acesso a informações e processos que nenhuma outra geração teve, ou seja, respondem de forma diferente para cada tipo de estímulo.
As escolas precisarão oferecer muito mais do que uma boa estrutura física e aulas com qualidade (isso é obrigação de qualquer escola).
Precisarão compreender as necessidades dos alunos e atender com excelência.
Quem não se adequar a esta nova realidade estará fadado ao fracasso.
É preciso manter a essência, mas os processos podem ser melhorados!
1 – Em relação a todas estas mudanças, como está o ballet?
2 – Em geral, a forma como o ballet (principalmente Baby Class) está sendo ensinado, é para crianças “de hoje” ou do “século passado”?
3 – As escolas de dança, de forma geral, estão preparadas para sobreviver após estas alterações educacionais e sociais pelas quais o nosso país tem passado?
4 – E finalmente, a sua escola como está? Está seguindo o caminho da IBM ou da Olivetti?
Acredito que você já saiba a resposta para esta pergunta!
Por Simone Duarte
Diretora da rede de escolas de Ballet Sapatilha Dourada
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