Resiliência, muita paciência, empatia e determinação. Foi através destas lentes que consegui enxergar o futuro da Maria Julia durante todo o seu processo de adaptação ao ballet. Minha filha começou a dançar com 4 anos e foi uma maneira que encontramos para que superasse seu excesso de timidez. Ela apresentava um comportamento muito introspectivo, tinha muita dificuldade na socialização, tanto em casa quanto na escola, assim como em festinhas infantis e outros eventos e locais públicos, era muito tímida e retraída. Se alguém a chamasse para brincar, ainda assim, ela só ia se eu estivesse junto. Mesmo sendo incentivada ela não conseguia se soltar, então, preocupada, resolvi procurar ajuda. Me informei e soube que movimentos corporais e atividades artísticas poderiam ajudá-la a vencer a timidez e foi onde encontrei o ballet como uma alternativa.

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Primeiro passo: entrar sozinha na sala de aula

Não foi fácil no início, foram necessárias algumas aulas para ela aceitar participar, porém, em todo o processo, a professora Simone foi muito paciente e conquistou a Maria Júlia aos poucos. Depois da sua primeira aula efetiva, ela saiu tão feliz e realizada a ponto de eu pensar que ela iria vencer a timidez, mas na próxima semana aconteceu tudo de novo. Ela resistia, só entrava na sala comigo, e foram umas seis aulas até que entrasse sozinha.

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Embora mostrasse evolução, eu me sentia insegura e achava que ela nunca iria superar realmente. Percebia o seu sofrimento porque ela queria, mas não conseguia e eu também não podia desistir. Vejo a timidez como uma prisão, porque a pessoa fica presa a um medo que ela não consegue administrar. Então, para toda a família foi importante vencer este processo.

Primeiro grande desafio: a apresentação oficial

Já acostumada às aulas, veio o convite para apresentação oficial e pensei que ela não participaria, ou até mesmo que não vestisse o figurino. Foi quando, mais uma vez, a professora Simone me conscientizou sobre a importância de envolver ela com toda a magia que a apresentação oferece, como forma de vencer a timidez. Se ela não tivesse o figurino, aí mesmo que não teria motivação para subir ao palco. Fui orientada a, antes da apresentação, subir no palco com ela para que se ambientasse à novidade e fizemos isso nos dois dias que antecederam à apresentação dela. Foi uma ótima experiência e ela amou.

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O dia da apresentação

Chegou o grande dia e meu coração estava acelerado, expectativa grande e desde a colocação do figurino, na elaboração do coque e da maquiagem, íamos falando palavras de encorajamento, dizendo que ela era forte e corajosa e que conseguiria vencer a timidez, afinal papai e mamãe estariam lá torcendo por ela. Até entrar no local, estava muito feliz e empolgada, mas foi só ver as luzes que já ficou nervosa e ansiosa e eu pensei que ela não conseguiria. Mais uma vez, houve muita empatia por parte de toda a equipe que me incentivou a ficar na lateral do palco para dar segurança para a Maria Júlia e foi assim que vimos a magia acontecer. Foi muito emocionante!

Durante a dança ela me procurava com os olhos e quando me via, se sentia segura. Ela ficou tão feliz e nós comemoramos muito essa vitória porque foi um longo processo. Já na segunda apresentação, eu não precisei mais ficar no palco e dali em diante ela ficava à vontade e confiante. E hoje ela continua amando fazer as aulas, fica muito feliz e entra sozinha, além de mudar também nos demais ambientes, é uma criança mais livre e brincante.

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Primeira de muitas vitórias: vencendo a timidez!

“Para nós, era um sonho viver tudo isso, algo que chegamos a pensar que fosse impossível. Atribuo essa evolução ao processo, à paciência e à confiança que professores e nós, pais, passamos para ela. Acredito que a gente pode e deve instruir as crianças a vencer as barreiras e os medos que elas possuem, sempre com amor e dedicação. Não foi um processo fácil, mas posso afirmar que tudo valeu a pena!” – Relato feito por Fernanda, mãe da bailarina Maria Júlia.

Assista ao relato da Fernanda, mãe da Maria Julia sobre o processo de superação da timidez!

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Precisa de orientações para auxiliar esse processo de vencer a timidez?! Separamos algumas dicas que podem ajudar muito!

Participar de apresentações e eventos pode ser uma experiência emocionante para crianças, mas nem sempre todas estão prontas para subir ao palco, especialmente quando se trata de dançar. É normal que algumas crianças sintam ansiedade ou timidez diante dessa situação. Como pais, cuidadores ou professores, é importante entender como lidar com essa situação delicada, garantindo que a criança se sinta apoiada e respeitada. Aqui estão algumas orientações para ajudar você a lidar com crianças que não querem subir ao palco para dançar:

1. Respeite os sentimentos da criança: É crucial reconhecer e respeitar os sentimentos, por isso, a importância de trabalhar com antecedência unindo esforços em casa e nas aulas de dança. Mesmo assim, se ela não quiser, é importante respeitar a decisão.

2. Ofereça apoio e incentivo: Transmita à criança que você está lá para apoiá-la, independentemente de sua decisão de participar ou não. Incentive-a a expressar seus sentimentos e preocupações, e valide suas emoções.

3. Pratique em casa: Se a criança estiver disposta, pratique a dança em casa em um ambiente familiar e confortável com público formado por familiares. Isso pode ajudar a vencer a timidez, aumentar sua confiança e familiarizá-la com a coreografia antes do evento.

4. Envolva a criança na tomada de decisão: Permita que a criança participe das decisões relacionadas à apresentação. Pergunte-lhe se ela gostaria de praticar mais, se há algo específico que a deixaria mais confortável no palco, ou se há alguma outra maneira de participar do evento que a deixaria mais feliz.

5. Ofereça alternativas: Se a criança ainda estiver relutante em subir ao palco, ofereça alternativas para participar do evento, como ajudar nos bastidores, fazer parte da equipe de apoio ou assistir e aplaudir os colegas.

Lembre-se…

6. Evite comparativos e pressões: Evite comparar a criança com outras que estão mais dispostas a se apresentar. Isso pode aumentar sua ansiedade e autoconsciência. Em vez disso, concentre-se em reconhecer os esforços e elogie suas realizações, independentemente do resultado.

7. Celebre o esforço para vencer a timidez: comemore seu esforço e coragem. Reconheça que é normal sentir nervosismo e que participar de eventos pode ser uma oportunidade mágica e encantadora, independentemente do resultado.

Lidar com crianças que não querem subir ao palco para dançar pode ser desafiador, mas é importante abordar a situação com empatia, compreensão e apoio. Ao seguir essas orientações, você pode ajudar a criança a se sentir mais confortável e confiante, enquanto promove um ambiente positivo e inclusivo para todos os participantes do evento.

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Texto: Tatiani Longo.